No bairro considerado o mais ‘descolado’ da cidade de São Paulo, a Vila Madalena – equiparado ao boêmio Soho de Nova York – está o edifício comercial Harmonia 57, projetado pelo escritório franco-brasileiro Triptyque Architecture.

Como um organismo vivo, o prédio respira, sua e se modifica, transcendendo sua inércia
Carolina Bueno
Na construção, as paredes externas de concreto orgânico são duplas, grossas e com poros preparados para receber a camada vegetal que funciona como uma pele. Dos poros brotam várias plantas, em um total de 5 mil mudas, dando às fachadas uma aparência única e modificável.

Contemplar esse edifício é como olhar uma obra às avessas: as entranhas são expostas nas paredes externas circundadas pela tubulação do prédio, pelas bombas e pelo sistema de tratamento e reutilização da água como se fossem veias e artérias de um corpo, enquanto no interior bem acabado, as superfícies se mostram limpas e claras.

A vivacidade das fachadas é mantida pelo sistema implantado de captação de água das chuvas e bem pensado sistema de irrigação. A água captada passa por uma série de filtros até ficar pura e pronta para ser guardada em reservatórios. Em seguida, ela segue para ser distribuída e irrigada pelas tubulações que rodeiam todo o edifício, formando um complexo ecossistema junto ao local, com máquinas todas conectadas umas nas outras.